PR3 MDB Fisgas de Ermelo | Trilhos

Para desconfinar fomos fazer um trilho pelas Fisgas de Ermelo. O percurso pedestre é designado PR3 Fisgas de Ermelo e toda a informação necessária pode ser encontrada neste folheto disponibilizado no site do Município de Mondim de Basto.

Cascata das Fisgas do Ermelo
Fisgas do Ermelo

Este foi o primeiro percurso pedestre completo que fizemos e escolhemos logo um bastante exigente. Ficámos bastante cansados, mas vimos paisagens muito bonitas. Num geral gostámos da experiência, embora, na nossa opinião, a parte mais bonita do percurso seja a primeira metade – de Ermelo a Varzigueto. A partir daí sentimos que o percurso se tornou um pouco mais monótono e menos diversificado em termos de paisagem (o cansaço também não deve ter ajudado).

O trilho PR3 – Características

Como nunca tínhamos feito nenhum trilho completo, estávamos com algum receio de nos perder. Mas o PR3 Fisgas de Ermelo está muito bem sinalizado e na grande maioria das vezes que tivemos dúvidas lá aparecia a sinalética. Só nos perdemos uma vez na chegada a Varzigueto. 🤭

Aldeia do Ermelo com várias placas informativas a marcar o início do PR3
Aldeia do Ermelo – Início do PR3

O PR3 é um trilho circular que começa e termina na aldeia do Ermelo. Nós estacionámos o carro um pouco depois da Igreja de Ermelo, onde tem início o trilho. A distância total do trilho é de 12,4km sem as derivações. Nós fizemos 17,5km com as idas às Piocas e demorámos 7h, com paragens.

O percurso é classificado como Difícil e nós sentimos bem essa dificuldade, nomeadamente devido ao desnível (o desnível acumulado é de 652m) e ao facto do solo ser maioritariamente rochoso.

Apesar de ser possível realizar o trilho em qualquer altura do ano, as épocas mais aconselháveis são a Primavera e o Outono. O percurso é bastante exposto ao sol, o que pode dificultar a sua realização no Verão. Por outro lado, no Inverno o piso fica mais escorregadio, o que o pode tornar mais perigoso.

O trilho PR3 – A nossa experiência

Após semanas em confinamento, saímos em direcção à aldeia de Ermelo. Precisávamos mesmo de um dia de contacto com a natureza. Às 10h30m estávamos ao pé da Igreja de Ermelo para começar a nossa caminhada e carregámos a mochila para o nosso primeiro percurso pedonal juntos.

Casas de xisto na aldeia do Ermelo
Aldeia do Ermelo – Casas de xisto

A parte inicial do PR3 Fisgas de Ermelo é pela aldeia de Ermelo, que tem bonitas casas de xisto. Quando saímos de Ermelo começamos a descer, mas, como se costuma dizer “é sol de pouca dura”. Passamos a ribeira de Fervença por uma pequena ponte, começamos a ver água e … começa uma longa subida que dura vários quilómetros. Inicialmente uma subida bastante acentuada, mas depois o declive alivia um pouco. O caminho também vai alternando entre mais estreito e mais largo com chão de xisto. Mais à frente já se começam a ver riachos e ficamos animados.

Ponte sobre a ribeira de Fervença
Ponte sobre a ribeira de Fervença
Riacho visto da ponte

Parámos um bocadinho na Lomba do Bulhão onde é possível ter uma primeira visão das cascatas e apreciar as belas paisagens da Serra do Alvão. A partir daí a subida é bastante mais íngreme e o caminho mais apertado. Vale a pena ir parando para apreciar a paisagem (e recuperar fôlego), especialmente nas raras sombras que encontrarem. Aproveitámos uma destas sombras para comer qualquer coisa.

Riacho em Ermelo
Homem a caminhar no PR3 com mochila às costas

É ao longo desta subida que encontramos um dos nossos momentos preferidos deste percurso – o miradouro do Alto da Cabeça Grande. Daqui temos uma vista lindíssima das quedas de água que, com os seus 200 metros de altura entram na lista das maiores cascatas de Portugal e da Europa. Vale a pena tirar tempo para apreciar esta beleza da natureza e aproveitar esta vista privilegiada, uma vez que este miradouro é apenas acessível a pé.

Parte do trilho do PR3 no meio de flores silvestres
As cascatas Fisgas do Ermelo vistas do miradouro do Alto da Cabeça Grande
As cascatas vistas do miradouro do Alto da Cabeça Grande

Deixando o Alto da Cabeça Grande para trás, virámos à esquerda e continuámos a subir para nos aproximarmos da cascata. Passámos por outro miradouro, mais pequeno, e seguimos pela esquerda para continuar o percurso no meio dos pinheiros, sempre acompanhados pelo Rio Olo. Fizemos um pequeno desvio para conhecer as Piocas de Cima, outro dos pontos altos do percurso. As Piocas são pequenas piscinas naturais, algumas mais profundas que outras, onde aproveitámos para almoçar e para refrescar os pés. A água é cristalina e bastante fria. Se forem no Verão, um banho pode saber muito bem, mas cuidado para não escorregarem nas pedras.

As Fisgas de Ermelo vistas de um miradouro mais pequeno
As Fisgas de Ermelo vistas de um miradouro mais pequeno
Homem a subir as escadas a caminho das Piocas de Cima
A caminho das Piocas de Cima
Piocas de Cima, um lago no meio de uma montanha verde
Piocas de Cima
Piocas de Cima
Piocas de Cima

Já recuperados, subimos e virámos à esquerda para retomar o trilho, ainda acompanhados pelo Rio Olo. Chegados à aldeia de Varzigueto, cruzamos o Rio Olo e entramos na segunda parte do percurso que nos levaria de volta ao Ermelo.

Chegada à ladeia de Varzigueto
Chegada a Varzigueto

Ainda em sentido ascendente chegámos à Cancela do Miradouro onde temos uma bela e ampla paisagem que inclui o Monte Farinha. A partir daqui começámos a descer numa estrada de alcatrão, sempre com vista para a serra, em direcção ao miradouro das Fisgas de Ermelo. Este miradouro é mais conhecido e visitado, uma vez que é facilmente acessível de carro.

Cancela do Miradouro
Cancela do Miradouro
Miradouro das Fisgas de Ermelo
Miradouro das Fisgas de Ermelo

Passado o miradouro continuamos a descer, desta vez em solo mais rochoso, em direção às Piocas de Baixo. Estas piscinas naturais exigem um maior desvio do trilho – cerca de 2km para cada lado. Decidimos fazer esse desvio e fomos por um caminho com vegetação e piso mais escorregadio, mas acabámos por não ficar nas Piocas porque estava lá um grupo grande.

A partir desta zona, já no trilho propriamente dito, apanhámos vegetação bastante alta, muitas vezes quase da nossa altura, o que dificultou muito o caminho. Provavelmente isto aconteceu por falta de manutenção no trilho após a época das chuvas. Confessamos que esta parte foi bastante difícil. Em alguns momentos pensámos que estávamos no caminho errado. Saídos da vegetação, ainda nos aguardava uma subida extremamente acentuada em direção à aldeia do Ermelo. Pelo menos quando chegámos ao carro tínhamos comida e bebida fresca para nos animar!

Podem ver aqui mais artigos sobre Portugal

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.